A DEUS TODA A GLÓRIA
“A quem conto isso? Não a ti, meu Deus, mas perante ti conto ao meu gênero, ao gênero humano, por pequena que possa ser a porção dele que se deparar com meus escritos. E para que isso? Evidentemente, para que qualquer um que leia essas coisas reflitamos sobre quanto é necessário clamar a ti das profundezas”.
Santo Agostinho – Confissões, Livro II
I
Pai, aqui estou eu. Sei bem, Senhor, que não estou em um dos meus momentos de maior clareza espiritual. Sei bem que muita luz me falta para colocar neste meu relato, de maneira o mais digna possível, os fatos que, por seu amor, me ocorreram por volta dos 21 anos de idade. Não estou em meu melhor momento e não tenho a capacidade expressiva treinada dos homens que dialogam com a alta cultura. Destas coisas eu sei, Senhor, o que não sei é se estarei vivo amanhã. Se comigo, amanhã, morrer a história do meu encontro contigo, a história daquele dia o qual eu chamo o dia mais belo de minha vida, comigo levarei um peso muito maior que a crítica de mil homens sábios e cultos ao constatar o quão pobremente me expresso. Se assim me ocorrer, levarei comigo, escondido, o peso da tua glória manifestada em minha vida, pois é sem dúvidas, meu amado, que o que me destes naquele belo dia, não foi dado apenas a mim, mas ao gênero humano. Somente por este motivo escrevo este relato. Como Agostinho, nas confissões, que perante ti relatou inúmeras situações de vida, seus pensamentos e sentimentos, afirmou falar ao gênero humano, assim também eu, Senhor — meu leitor entenda — conto ao gênero humano, perante ti, o que sua graça fez em minha vida.
Sei também, Pai, que o melhor que posso fazer neste relato é tentar ser o mais sincero possível. Eu não encontrei ainda uma outra forma de me expressar, com tamanha sinceridade, senão direcionando minhas palavras a ti como fez Agostinho. Não conto a ti, por que tu Senhor, sabe bem melhor do que eu qual a profundidade da riqueza dos tesouros de Cristo, os quais me foram doados no dia em que conheci o poder do teu Espírito em mim e através de mim. Mas me direciono a ti porque diante de ti sou incapaz de fazer pose, a qual é uma forma de mentira que, como quem não tem uma intenção pura, fala de certo modo, ou outro modo, rebuscado ou simplista, que em realidade busca estima humana, não a estima de Deus; não para o próximo, mas para si. Falando a ti, falo em verdade. Falando a ti, faço confissão. Nada posso esconder de ti. Que assim meu leitor encontre neste testemunho um relato sem máscaras. Neste momento, isto é o melhor que sou capaz de fazer, pois conto com a capacidade que vem de Ti.
II
Quando me lembro daquele dia, Senhor, não sei bem o porquê, as primeiras lembranças que me vêm são imagens. Imagens que não tem relação alguma com o lugar físico onde eu estava no dia em que fui encontrado por Ti. São imagens que descrevem como eu estava por dentro naquele dia e depois do momento em que seu doce amor me tocou no mundo físico. Como lhe sou grato meu Pai, porque tal toque foi um toque literal. Em meu rosto. Selando o meu destino para sempre com a inescapável verdade de que há um Deus, um juiz, um criador justo e amoroso, o próprio Amor, que não é a natureza ou o universo, mas o Espírito Santo, o Senhor Jesus e o Pai: de mesma substância, em três pessoas. Como lhe sou grato meu Deus, porque de modo tão especial me mostrou que seus olhos estavam sobre mim; que o Senhor é o Deus que me vê; que Jesus, ah! que Jesus é real! Jesus… Jesus… Jesus… palpável, real, visível, tão doce Jesus! que É e que vive eternamente. Jesus que naquele dia encheu o meu interior e acalmou minha tempestade mental. É assim, Pai, que me vêm as primeiras lembranças daquele dia — eu, confuso e perdido, no meio de uma tempestade, talvez no pior lugar possível para sofrer um colapso psicológico, como quase me ocorreu, não fosse teu amor interferir.
A outra imagem que me vem sou eu em campos verdes, em um lindo dia ensolarado. Vejo a mim mesmo a sorrir e percebo meu sorriso. Um sorriso de um ser que acabou de descobrir o quão escandalosamente e incondicionalmente é amado pelo seu criador. Ó Senhor, peço uma graça especial para expressar bem não apenas a profundidade do teu amor, mas também a profundidade das trevas interiores em que eu me encontrava, assim quem sabe o leitor ganhe uma noção um pouco mais próxima do tamanho do contraste entre o antes da experiência que o Senhor me deu, e o depois da experiência que salvou a minha vida. Por isso, Pai, acho importante relatar a ti um pouco sobre meu passado, o qual tu conhece melhor do que eu.
III
Como o Senhor bem sabe, eu queria ser uma estrela do Rock. Eu queria reconhecimento, Senhor. Queria mostrar para todos que eles estavam errados ao dizer que eu não conseguiria alcançar meus sonhos de fama mundial com minha banda de Rock. Queria mostrar especialmente para meus pais. Lembro-me de uma de minhas primeiras composições, a qual se chamava “Joelhos no fogo”. A música falava sobre alguém que sofria religiosamente por ti, mas a letra dizia que essa pessoa não O conhecia; que não sabia quem o Senhor era. E foi assim que me afastei definitivamente, aos 16 anos, da igreja católica romana. Tais símbolos religiosos, Pai, a mim não faziam o menor sentido. Não fazia sentido sofrer as práticas religiosas em nome de um Deus que não se conhece. Até hoje, Senhor, acho esse detalhe interessante. Acho interessante que meu “ateísmo” não surgiu como uma dúvida quanto a Sua existência, mas como um questionamento que girava em torno do “que” ou “Quem” é esse algo, esse Ser, que, aparentemente, nos pede que nos ajoelhemos e soframos em nome Dele sem um sentido claro. Você respondeu a minha dúvida 5 anos depois, de modo tão maravilhoso. É difícil escrever essas palavras sem me encher de gratidão. Lembro-me bem que, um tempo depois daquela experiência contigo, eu passava horas chorando sem nenhum motivo aparente, com um sentimento de ternura e amor por ti, Senhor. Por um lado, acredito que eu chorava de pena de mim, pelo tempo perdido em tantos erros egoístas, mas também misturado àquelas lágrimas estava um profundo sentimento de gratidão, um amor por ti e um arrependimento sincero. Obrigado, meu Senhor, lhe sou infinitamente grato e que esta gratidão jamais se apague de meu coração, porque o Senhor é digno de recebê-la eternamente.
IV
Ali estava o Hiago adolescente com seus sonhos de fama e um coração desesperado por um afeto incondicional jamais recebido. Depois da primeira música, veio a formação da banda. Depois a separação dos meus pais. Naqueles tempos o Senhor chamou minha mãe para mais próximo de ti, quando ela se converteu. Minha mãe desde o seu nascimento se considerava católica, apenas nunca havia sido convertida de fato. É triste, Pai, como muitos são criados nos moldes de uma instituição cristã, sem contudo terem nascido para dentro do corpo vivo que é a tua Igreja, pois não pode haver salvação sem arrependimento. Chamaste minha mãe à conversão verdadeira no tempo certo. Lembro-me de minhas lágrimas derramadas às 3 da manhã, as que eu chorava no banheiro dos bares, às vezes por um vazio existencial excruciante, às vezes porque sentia tu me chamar. Por algum motivo eu sabia que tu, Meu Deus, estava me aconselhando a ir para casa, no meio das madrugadas que eu passava fora. Eu ainda não havia percebido, mas depois descobri que estava aos seus pés, nas madrugadas, os joelhos e as lágrimas de minha mãe em meu favor, te rogando para que eu voltasse para casa logo, e voltasse são e salvo. Aos poucos, meu querido Deus, a tua voz que me chamava ia se impregnando em mim. E quanto mais eu negava obedecer tua voz, mais deprimido me tornava, mais as trevas ganhavam espessura, e ganharam espessura até que perdi a mim mesmo de vista. Esqueci quem eu era, Senhor. Foi assim que me lembro ter surgido a depressão. Quanto mais eu negava a ti, pior eu ficava. A ponto de passar 6 meses trancado em casa. Depois que entrei naquele estado deprimente e me isolei, os que se diziam amigos se distanciaram. Os poucos que restaram geravam em mim uma desconfiança perturbadora e sem sentido. Lembro-me que, na época, como o Senhor bem sabe, eu quase cheguei a tatuar com letras enormes, bem no meio do peito, a palavra “Lost” (perdido). Hoje imagino que se eu tivesse feito isto, teria que tatuar ao redor dessa palavra uma frase aproveitando o que já havia cravado na pele: “I was lost, but now I am found” (Eu estava perdido, mas fui encontrado). Eu estava cego, mas passei a ver. Eu estava morto, mas agora eu vivo. Hoje eu vivo, ó Rio de águas vivas. E tu é a fonte.
V
Tentarei ser mais breve em meu relato, Senhor, pois quanto mais os dias passam, mais sinto em mim a
urgência e o dever de deixar registrado a experiência mística que o Senhor me concedeu naquele dia. E
agora peço que me relembre, Senhor, com a nitidez necessária para que eu transmita da maneira que mais lhe
agrada, aqueles dias e, especialmente, o que me ocorreu naquele momento do ápice de meu desespero, quando
fui encontrado, segundos depois, pelo Doador do ápice da paz.
Assim eu estava naqueles dias
durante a depressão: lembro-me de estar profundamente frustrado por ter perdido minha criatividade
musical, e isto devido aos antidepressivos receitados. Depois de procurar um psiquiatra passei por um tratamento
que envolvia um medicamento que me tirava a criatividade para compor músicas. Aquilo foi intolerável
em minha vida. A música era a única coisa que eu tinha de realmente meu. E os remédios haviam tirado isso de mim. Amado Deus, que dias pesados devem ter sido para minha família. Tendo de conviver
com um adulto de 21 anos, sem trabalho, que mal tomava banho se não o perguntassem “Já tomou
banho hoje?”. Me dói lembrar Senhor. Ajuda-me a não ver minha história da perspectiva de uma vítima,
pois eu reconheço a minha responsabilidade. E nesse sentido, foi que algo despertou em mim, ouvindo algum
vídeo no youtube onde o apresentador debochava “ah mas você é a vítima, não é mesmo? Tadinho de
mim, pobre de mim…” Senti-me provocado. Percebi que eu estava em uma profunda postura de vítima
da vida. O desejo de voltar a compor músicas, junto a essa raiva de mim mesmo por perceber uma
postura vitimista, me fez decidir, por conta, a parar com os remédios e arrumar um emprego.
V I
Os antidepressivos fizeram minha mente se aquietar à força. Os pensamentos se aquietaram demais, a ponto de eu perder a criatividade. Tornei-me como um vegetal. Mas foi um mal necessário. Passei por uma espécie de “reset” mental. Eu sei, Pai, que a sua graça, não só ali naquele vídeo que achei ao acaso, mas na minha vida toda, sempre esteve ali. Aconteceu como descrevi em uma “tentativa de poema”, alguns anos depois do testemunho que aqui relato:
“Maravilhosa soberania
Sempre me amastes
Eu é que não sabia
É que ninguém jamais me disse
O que Paulo dizia:
Que Deus estava, Em Cristo
Reconciliando consigo o mundo
Não imputando aos homens
As suas transgressões (2 co 5:19)
Sempre me amastes
Eu é que não queria
É que ninguém jamais me olhou
Com o olhar que tu me olharia
Ninguém me disse, ó Senhor
Com a simplicidade devida à palavra
Liberta dos moldes
de uma interpretação humana limitada:
“Eis agora o tempo oportuno” (1co 6:2)
Tal é o tempo da oportunidade
Que a mim, naquela época
Jamais fora anunciada.
Quão mais cedo eu teria me agarrado a ti
Se o amor que transborda e flui como um rio
do interior do que crê
Tivesse fluido assim
Daquele que, pregando,
Exala do mesmo aroma do teu coração
Pelo Espírito Santo,
Que não quer que ninguém se perca
E que não tem prazer na morte do ímpio,
Mas que o ímpio se converta (ez 33:11)
De que outro modo poderia ser
Se tal amor não flui pelas lentes da vã religião
Que apaga o Espírito Santo em uma cosmovisão
Como pois imitarão a Deus em seus atos,
Se não compreendem para poder imitar tua intenção?
Tal o teu coração que clama:
“Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos, como a galinha acolhe os seus pintinhos debaixo das suas
asas,
mas vós não o aceitastes!” (Mt 26:37)
É que o escriba fala do que leu, mas o profeta fala do que viu.
Que belo dia seria
Quando uma alma simples
Em posse de sua Bíblia
Como Paulo fazia
Assim me tivesse exortado
Como se exortasse como Deus faria:
Reconcilie-se com Deus!
Pois o preço foi pago
E você foi reconciliado
Pelo sangue derramado
(1co 5:20)
Pois assim como, por uma só ofensa,
veio o juízo sobre todos os homens para a condenação,
Assim também, por um só ato de justiça,
veio a graça de Deus sobre todos os homens
para a justificação (rm 5:18)
Tal a tua soberania
Que não tem a necessidade
de obrigar alguns a te amar
Seria o teu amor insuficiente,
incapaz de a todos encantar?
Porém muitos, como corpo de Cristo,
fogem do que resta de sua aflição.
Uma negligência que me fazia dizer:
“Seria para mim tão grande salvação” ?
Mas tu nos amaste primeiro,
Em sua morte,
e por meio do teu corpo
Que é a igreja
De uma alma simples,
encontrei intercessão!
Ajuda-nos a não receber a tua graça em vão!
(1 co 6:10)”.
Quão grandioso e maravilhoso é o mistério da tua graça salvadora, meu Deus! Talvez eu jamais encontre palavras para explicar, mas creio que seja desta forma: Teu filho, primogênito, gerado, não criado, intercedeu por todos os seres humanos na cruz e gerou a Igreja, que é o teu corpo místico composto por todo aquele que crê em ti, em amor obediente. Então, os primeiros filhos, pobres homens e mulheres que jamais poderiam salvar a si mesmos de si mesmos, sendo teu corpo, o corpo de Cristo, intercederam por outros, e outros foram salvos. Esses salvos, por sua vez, intercederam por outros, e os outros salvos intercederam por outros, cada um com a sua porção do que resta das aflições de Cristo (Cl 1:24) até o dia em que um certo grupo de pessoas em um certo tempo, intercedeu por minha mãe, e minha mãe, me lembro bem, assim que se converteu a ti, passou dois longos anos de intercessão dolorosa por mim. Até o dia em que eu comecei enxergar a luz e não pude resistir à beleza de seu brilho.
V I I
Pai, faça em mim que este testemunho não pretenda aparentar mais do que sou. Sou apenas um homem que, falando sozinho, descobriu que podia falar com Deus e que, falando com Deus, encontrado pela intercessão de sua mãe, encontrado pela misericórdia de Deus, se arrependeu da vida que levava e decidiu dar a vida ao criador. Apenas isto. Se meu escrito é com falhas, meu Pai, é porque sou ser humano. Mas se há alguma riqueza aqui, é porque tu é Deus em mim. E é no fato de tu ser Deus, que me agarro com todas as forças que possuo e escrevo.
V I I I
“Converso com o homem que sempre vai comigo — quem fala sozinho espera falar com Deus um dia”.
Antônio Machado.
Depois de parar com os antidepressivos e melhorar um pouco, decidi arrumar um emprego. Falei com um
amigo que era subgerente de uma loja de calçados em um Shopping da cidade de Campinas, São Paulo,
e consegui começar a trabalhar lá. Lembro-me que, naqueles dias, minha vida não fazia o menor sentido.
Eu ainda passava por momentos de intenso medo, choro, sofrimento existencial, culpa, vergonha, ansiedade e
angústias e apertos no peito. Depois de parar com os antidepressivos os pensamentos voltaram a
acelerar, a criatividade voltou aos poucos, mas a música também não preenchia meu profundo
sentimento de vazio. Foi então que decidi saber quem era, de fato, Jesus. Lembro-me que essa ideia veio a mim em um sábado de manhã. Essa ideia de saber quem de fato é Jesus. Lembro-me de ter
desafiado a mim mesmo quanto ao fato de que tudo o que eu sabia sobre Jesus era o que eu tinha ouvido
outros falarem sobre Ele. Eu sabia de alguma forma distante que Ele
estava lá, mas não vivia como se Ele estivesse lá. Quis então saber Quem Ele era.
Sua graça, Senhor,
era o que me chamava silenciosamente para conhecê-Lo. Passei então a ler o evangelho de Mateus. Eu queria saber se
o que Jesus falava era de fato Verdade. Então eu lia um capítulo do novo testamento e durante o dia, no
trabalho como vendedor de calçados, tentava praticar o que Jesus ensinava. Eu tinha uma vaga noção
de que, se Deus realmente existisse, ele tinha a capacidade de ouvir meus pensamentos. Tinha também
a noção de que Ele era considerado como um tipo de Pai para nós humanos. Assim
iniciei meu relacionamento mais próximo Contigo. Eu ia trabalhar de ônibus e lembro-me de que durante
as viagens eu direcionava a Ti todos os pensamentos que me vinham a mente. Em pensamento conversávamos sobre as bandas que eu gostava, sobre as impressões que eu tinha das
pessoas, sobre meus medos, sobre minhas ideias musicais, e durante o trabalho tentava praticar o que tinha
lido no evangelho de Mateus. Lembro-me de escrever em um papel, todos os dias, um mandamento teu lido pela manhã. Eu guardava esse papel no bolso e tentava praticar durante o dia no trabalho. Você se tornou o meu tudo, Pai. Você já era o meu
tudo, porque se eu tinha alguma coisa, era a intercessão de alguém em meu favor. Fora isso, eu não
tinha mais nada.
IX
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou
quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque
dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”.
Romanos 11:33-36
No trabalho eu não me importava se alguém reparava no furo de minha camisa, quando eu chegava e ainda não tinha vestido o uniforme. Nisto, Pai, não há virtude alguma. Em meu mundo mental pequeno, abstraído e soberbo, todos pareciam rasos para mim. Na verdade eu estava muito mais perdido que qualquer um ali. Lembro-me de levar uma pequena Bíblia para o trabalho. Ela cabia na palma da mão. Comprei uma pequena assim porque eu tinha vergonha de ti, meu Deus. A Bíblia era a menor que eu havia encontrado em uma loja de artigos gospel e não se parecia com uma bíblia. Mas meu tão pequeno amor não Te impediu de ouvir a minha voz, quando das profundezas do meu ser, gritei por socorro em meu interior. Eu tentava te obedecer e no fundo eu queria saber se é verdade o que você diz nos evangelhos. Além do mais, eu não tinha nada melhor para fazer da minha vida porque todo o resto era sem sentido. Eu estava pobre, cego e nu. Bem, pelo menos parte desta verdade eu tinha consciência; eu me achava a pessoa mais desprezível desse mundo. Sem perceber, fui me aproximando de Ti. Fui ficando íntimo de Ti. No trabalho eu emprestava a quem me pedia porque havia lido no evangelho de Mateus esse mandamento. Eu não gostava de consentir com os comentários maldosos que os colegas de trabalho faziam quanto às mulheres belas que entravam na loja. Às vezes até os repreendia amigavelmente porque entendia que isto seria uma atitude de amor para com eles e queria obedecer ao mandamento de amar uns aos outros. Eu fazia o que me pediam relacionado ao trabalho mesmo que não fosse minha obrigação, pois o Senhor havia dito “não negue a quem pedir” no evangelho de Mateus. Claro que eu não tinha sabedoria alguma quanto a aplicar teu mandamento de ordem geral na especificidade da situação concreta. Mas era tudo o que eu sabia fazer naquele momento. Obedecer teus mandamentos de forma direta e manter-me conversando contigo a todo instante em meus pensamentos. Misturado a isto, o medo, a angústia que nunca ia embora, a tristeza e as paranoias ainda me afligiam diariamente.
X
Eu já havia sido atropelado, fraturando o nariz e o joelho, já havia sido traído por uma antiga namorada, já havia saído da minha banda, já havia me tornado odioso para o grupo de conhecidos que antes eu fazia parte, desconfiava de tudo, desconfiava de mim. Era depressivo e ansioso. Tu Senhor, me cercou por todos os lados. Minha mãe certa vez disse que orou para que tu me quebrasse, se fosse necessário à minha salvação. E tu me quebrou mesmo, até os ossos, por fora, mas também por dentro. Me quebrou até o ponto de não restar absolutamente nada a não um desejo de saber Quem Tu és. No meu vácuo, no meu nada, passou a existir apenas um desejo de ser justo. Apenas um desejo de fazer o que é certo. Um desejo de me endireitar. Um desejo de expelir toda minha sensação de culpa. Eu não sabia bem o que é ser justo, mas tentei fazer o que Tu mandava nos evangelhos. Hoje sei que minha fé era fruto de uma intercessão. Cristo em minha mãe orava por mim! De outra forma, como um completo cego poderia começar a perceber que tuas palavras mostravam o caminho mais justo e bom?
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
Mateus 6:33.
Lembro-me de que quando li este versículo pela primeira vez, toda a minha intenção, toda a minha existência — quando meus desejos carnais não falavam mais alto — passou a girar em torno de buscar o teu reino e a justiça do teu reino — fazer o que é o certo, aprendendo com a melhor pessoa possível para me ensinar como se faz isso.
Obediência, comunhão e trabalho. Foi assim que eu Te encontrei. Ou melhor: assim é que fui
encontrado por Ti.
Hoje percebo que o maior milagre da minha vida não foi a experiência que aqui será
relatada, mas o fato de eu ter passado a querer saber Quem Tu és.
Eu não te encontrei no prédio de uma comunidade cristã. Eu não busquei um padre. Eu não busquei um pastor. Eu não estava
em um culto. Eu não estava em uma missa. Meus pais me pareciam uns coitados alienados, enganados pela religião. Quando Você, meu Senhor e meu Deus, me encontrou,
eu estava trabalhando dentro de uma loja de sapatos em um shopping.
X I
Quem poderá crer, Senhor? sei que alguns não crerão ainda que um anjo lhes apareça. Diante de uma experiência mística imaginarão que estão ficando loucos. Imaginarão que seu cérebro por algum motivo os fez passar por uma ilusão de ótica, um delírio. “Deve ter algum motivo não sobrenatural para isto”. pensarão. Terão todos os motivos para não crer, pois eles O odeiam. Pois eles acham que És mal, injusto e egoísta. Julgam-no sem conhecê-Lo. Julgam seus atos de justiça quando descobrem que o Senhor aniquilou os povos que jogavam seus filhos em fogueiras para obter favores de seus deuses e o ao mesmo tempo O acusam de não fazer nada diante da injustiça do mundo. “Se eu fosse Deus” Dizem eles “Acabaria com o mal no mundo”. Seriam tiranos, na verdade. Criaturas imaginando como o Criador deveria agir. Esquecem-se que a vida é um sopro, mas que Tu vê além da morte e conhece todas as consequências de todos os atos. Não sabem que a vida não acaba aqui. Não sabem que toda alma é eterna, com a diferença de onde passarão a eternidade. Eles querem ser seu próprio Deus. Eles querem ser Deus. Portanto, se querem ser como Tu, meu Senhor, tudo bem, que comecem imitando o teu filho, que é a tua representação mais perfeita, que é tão Deus quanto tu és, assim poderão compreender intuitivamente tuas realidades espirituais. Assim, que ao querer ser Deus, não morram eternamente, pois se isto buscam imitando a Cristo, viverão para sempre. Agora que o teu filho veio ao mundo, todo o que quiser ser como Deus poderá de fato viver ao tentar ser como Cristo, e assim compreenderão com um saber que não é nem sequer fé, mas é a certeza daquele que viu com os olhos de seu espírito vivificado, pois antes de querer entender, quis obedecer com uma intenção pura.
Escrevo para ti meu Deus e para o gênero humano. Para aqueles que o Senhor conheceu de antemão; os que saberão que o meu testemunho é verdadeiro, não falso. E que aquilo que eu vi e tudo o que vivi, eu também toquei, dentro e fora, a ponto de ter sido curado em um instante, para que o mundo saiba que Jesus é real.
X I I
No dia mais belo de minha vida, meu interior estava em horrorosa tempestade. Aquele dia de trabalho foi
mais um dos que dediquei meus pensamentos a ti. Lembro-me de pensar que talvez eu pudesse usar a minha música, com meu estilo, para trazer as pessoas para perto de ti. Mas a minha consciência me
acusava, e acusava com razão. O que eu ainda ansiava em meu ser era ser visto, apreciado, considerado especial e importante. Nesta questão meus pensamentos se direcionavam a ti enquanto eu
atendia os clientes na loja. O ambiente estava abarrotado de gente. Os vendedores corriam para cima e
para baixo, ansiosos por suas comissões. Eu seguia o meu ritmo. Atendia as pessoas, trazia os calçados
que elas escolhiam e mais algumas outras opções que talvez gostassem. Mas atendia sem atender, falava
pouco. Meu interior estava voltado para os problemas de minha existência. Meus pensamentos estavam
voltados a ti, meu Senhor. Pois tua graça já atuava sobre mim.
Naquele mesmo dia, uma tempestade de pensamentos interiores foi se agravando. Os
paradoxos e nós em minha mente começaram a sair de controle. Eu ia colapsar. Eu perderia meu
emprego, imaginava. Falava contigo meu Deus, mas lutava contra mim mesmo. A ansiedade aumentava.
Nisto tudo, meu medo era errar. Eu não queria tomar um caminho que O desagradasse, mas também
não queria abandonar-me completamente e abrir mão da forma que eu queria te agradar. E se eu não
pudesse te agradar, para mim estava tudo perdido. Então veio nosso encontro.
Lembro-me nitidamente
do momento em que fechei os olhos e a ti clamei das profundezas. Eu havia trazido diversos sapatos
para um cliente. Eu estava no meio da loja, apoiado no chão sobre um dos meus joelhos, como ficam os
vendedores de sapatos para ajudar os clientes a ajeitar os cadarços e experimentarem os pares. Por fim,
o cliente se levantou e decidiu que não levaria nenhum sapato. Não me importei. Eram os seus olhos o
que me importava. Era também minha vida e minha autoimagem o que importava. Enquanto eu guardava
cada par de sapato em sua devida caixa, e falava a ti de meu interior, enquanto a minha volta
compravam e vendiam, passavam ao meu lado clientes, vendedores e gerentes e o meu estado de angústia
aumentava; a tempestade interior aumentava; comecei a experimentar um momento de desespero completo em que eu
sentia que não havia saída para mim porque eu já havia me perdido em meus pensamentos, no ápice de um
momento de quase colapso psicológico e asfixiante desespero, lembro-me que a ti clamei. Fechei os
olhos e de meu interior gritei com todas as forças de minha alma:
“Pai! Eu tenho medo!”
No instante seguinte, Tu soprou em meu rosto. Eu senti. Senti na pele do lado esquerdo de meu rosto!
Você estava ao meu lado. E teu sopro foi suave. E teu sopro foi lento e levemente duradouro; atravessou
minha pele e atingiu meu espírito. Conforme o doce sopro tocava minha face, toda a tempestade de
pensamentos desapareceu em um instante. Se dissipou como nada. Sobrou ainda minha própria
consciência, mas já não lembrava em que era que eu pensava ou o que me afligia. Um silêncio interior
tomou conta de mim. Lembro-me de olhar para o lado, perplexo, como esperasse encontrar alguém, mas
não havia nada. Voltei a guardar os sapatos nas caixas. Empilhei as caixas. Tomei-as em meu colo e fui
em direção ao estoque da loja que ficava no andar de cima. Pisei no primeiro degrau e fui subindo; e a
cada degrau em que eu pisava aumentava em mim um sentimento de alegria intensa; uma alegria
inexplicável, incomunicável, uma doçura interior; fui tomado de uma gratidão e felicidade incontrolável, como jamais havia sentido antes; uma paz transbordante me inundou; uma paz que eu não podia conter
— e que nem tentei conter! O teu Espírito eterno havia entrado em mim.
XIII
Momentos depois, pelo teu espírito, eu esqueci de tudo senão do meu dever de cumprir bem o meu trabalho como vendedor de sapatos. Eu não sai gritando e espalhando para todo mundo o que eu tinha vivenciado. Algo em mim, meu Deus — e hoje sei que era teu Espírito — não permitiu que nosso encontro, tão precioso e puro, de alguma forma viesse a ser manchado por algum comentário maldoso. Eu dou risada comigo mesmo, meu Deus, quando me lembro da alegria daquele dia. Que coisa maluca me aconteceu! mas olha, sei bem que de loucura aquilo nada teve. Trabalhei radiante o resto do dia. Meus pensamentos passaram a ser sobre a importância do ser humano para Deus e do seu amor para conosco. Lembro-me de que mais tarde o movimento na loja diminuiu e eu estava na entrada da loja esperando a minha vez de atender algum cliente que talvez entrasse. E eu pensava — na verdade eram inspirações de teu Espírito — em como nós seres humanos éramos pequenos diante do tamanho da terra, e do tamanho da constelação, e do tamanho do universo! Como tudo era imenso e nós tão pequenos diante disso tudo. E contudo, pensei “Tudo foi criado para nós”, para que nós vivêssemos e pudéssemos dizer: como tudo isso é tão belo! Quão admiráveis são os vales, os rios, a grama, o céu, a lua, as estrelas, o mar e tudo que neles há! Senti-me então profundamente amado. Tão incondicionalmente amado e importante! Sei bem, meu Senhor, que todas as coisas são para ti, mas não disse o Senhor sobre nós: “Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”. ? Tudo o que criaste é bom, para o seu desfrute e para o nosso, tamanha foi a importância que nos deu. Criados à sua imagem e semelhança. Não somos a tua mais importante criação? O que mais foi criado à sua imagem e semelhança? E como disse Davi: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste”. Será que não nos tinha em mente quando do absoluto nada criaste o universo? Não tinha em mente nos colocar em posição invejada pelos anjos? Não tinha em mente a nossa comunhão, a nossa ligação, nossa amizade, nossas conversas? Não caminhava pelo jardim na viração do dia? O universo é imenso, mas não pode relacionar-se Contigo. Eu o amo, Senhor, pois me deste a vida três vezes. Uma quando eu nasci, outra quando me destes vida por teu sacrifício na cruz, outra quando me destes vida em abundância por meio do teu Espírito em mim. Eu o amo e meu desejo é um dia poder contemplar a tua face.
XIV
Batizei-me depois de um ano e nasci de novo. Mais tarde aprendi que teu sopro me encheu do Espírito
Santo naquele momento. Tu mesmo, meu Deus, me encheu de ti. Tu mesmo, Verdade, Caminho e Vida
— agora sei quem és e prossigo em conhecer-te mais! — me encheu e me fez transbordar de vida. A
realidade espiritual tocou minha realidade material. Tocaste o meu rosto com teu sopro. Por que o meu
rosto? me pergunto; talvez quisesse mostrar que é íntimo meu. Que é um Deus tão próximo que o sopro
de tua boca me alcança. Tão próximo que veio estar dentro de mim. O que o Senhor prometeu, o Senhor cumpriu:
“Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para
ele e faremos nele morada.”
João 14:23
Lembro-me de um outro fato muito
belo sobre aquele mesmo dia. As coisas que me ensinaste durante aquele singular dia de trabalho, senti
vontade de compartilhar com alguém e meu espírito sabia com quem seria. No meu emprego trabalhava
aquele rapaz estoquista que eu sabia ser cristão. Eu sabia que se eu falasse de ti para ele estaria
praticando um ato de amor. Sabia que ele, por ter alguma fé, acolheria bem as palavras que eu queria
dizer-lhe. Esperei então até que algum cliente precisasse que eu subisse para pegar alguns modelos de
calçados. Quando solicitado, subi as escadas para atender um cliente e na intenção de falar àquele rapaz
aquilo que o Senhor havia me ensinado sobre a importância humana diante de Ti. No último degrau, dei
de frente com ele. O pobre jovem era um mal trabalhador. Nos poucos meses que estive nesse trabalho,
jamais vi o estoque organizado. O chão sempre estava sujo, as caixas sempre desorganizadas, entreabertas, pares de sapatos perdidos, aquele lugar era um caos. Mas não continuou assim depois
de um minuto que gastei compartilhando com ele, entusiasmado, sobre a importância humana para
Deus. No momento em que dei de frente com o jovem estoquista, com alegria transbordante perguntei se
ele já tinha pensado em como nós éramos pequenos em relação ao universo. Ele me olhava com certo
olhar. Depois afirmei que apesar da grandeza do universo, tudo havia sido criado para nós; e fiquei por uns segundos parado sorrindo pra ele. Então notei que seus olhos estavam brilhando e que ele passou a sorrir também. Ele não falou nada, apenas sorria levemente. Então
passei por ele e fui continuar meu trabalho, que por sinal estava rendendo como nunca. Nenhum
vendedor jamais vendeu tanto como eu naquele dia; sem exageros. O próprio gerente da loja sentou
comigo no fim do turno para perguntar se eu acreditava em sorte. Eu olhei para ele e disse “não é sorte,
é fé”. Ele estava tão admirado que pegou uma moeda para testar minha “sorte”. Por 4 ou 5 vezes
seguidas, não me lembro bem, o girar da moeda caiu em “cara” como eu havia escolhido e tinha certeza
que seria assim, por que sentia que Deus me ajudaria a mostrar o poder da fé. Exemplos inocentes, eu
sei, mas para mim estes detalhes tornaram aquele dia ainda mais especial. O engraçado é que aquele
gerente passou a crer um pouco mais no conceito de fé. Creio que não tanto pela probabilidade do girar
da moeda resultar na face em que eu havia escolhido, mas pela atitude e certeza que me envolvia.
Momentos depois o jovem desce do estoque, passa por mim e diz “Deus te abençoe!” ainda com um
sorriso radiante e com uma feição que eu nunca tinha visto antes nele. Subi então para o estoque para arrumar minhas
coisas e ir embora. Então percebi que o rapaz havia deixado o estoque na mais perfeita ordem! Absolutamente todas as caixas daquele lugar estavam alinhadas, o chão estava limpo, cada coisa em
seu lugar. Mais tarde entendi, meu Senhor, que como Você prometeu, o rio de águas vivas de fato flue
do interior daquele que crê. E fluíram para dentro daquele rapaz. Minha pequena pregação estava
carregada com o maravilhoso poder do teu Espírito. Depois daquele dia eu nunca mais fui o mesmo e
a quele rapaz passou a agir diferente. Tu de fato és o Deus que me vê e dou testemunho de que cada
uma de tuas palavras descritas nos evangelhos são verdadeiras.
XV
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente“
Gênesis 2:7
Naquele dia eu me tornei alma vivente.
“E, tendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo”.
João 20:22
Naquele dia eu recebi o Espírito Santo.
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.“
João 14:21
Eu passei a guardar os teus mandamentos e tu se manifestou a mim.
“Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.”
João 14:23
Pela graça, eu passei a obedecer a tua palavra, sem nada esperar em troca, e tu meu amado Senhor,
veio em meu auxílio e em mim fizeste a tua morada.
A tua palavra é verdadeira.
Eu nunca mais fui o mesmo.
Eu nunca mais serei o mesmo.
E eu não voltarei atrás.
“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida. E a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada”.
1 João 1:1,2
Este é o testemunho de algumas das coisas que Jesus, o Deus verdadeiro, fez em minha vida; o que
Ele fez para mim e para o gênero humano.
Testemunho por minha experiência pessoal com Deus, que Jesus, o messias, é de fato o filho de Deus. E é por isso que eu:
Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna.
Amém.